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A Era da comunicação visual interativa


Você pode nem ter percebido, mas já faz parte da era da sinalização digital – ou digital signage, na origem do termo, em inglês. Ao andar de metrô, ônibus, avião ou elevador, e até mesmo em filas de supermercado, sentado em um bar ou na recepção de um consultório, todos nós, certamente, já nos deparamos com essa modalidade de comunicação.

Com o objetivo de informar, distrair e, claro, veicular conteúdo comercial, o conceito de sinalização digital vai além da simples utilização dos modernos equipamentos utilizados na comunicação visual – como monitores de LCD ou LED, projetores, entre outros. Isso porque o termo envolve diversas e ilimitadas aplicações que podem ser customizadas para cada ambiente e público-alvo, incluindo animações, vídeos, gráficos e todo tipo de conteúdo que, graças à internet, pode ser distribuído com agilidade e eficiência a diversos pontos, de maneira simultânea.

Dessa forma, a sinalização digital é uma grande plataforma de comunicação visual, que integra os mais variados recursos e oferece flexibilidade de criação, desenvolvimento e, inclusive, inserção. Com cada vez mais possibilidades de aplicação, o conteúdo pode ser informativo, institucional, publicitário ou educativo e chega às telas em tempo real, por meio da internet ou mesmo de uma intranet corporativa.

“A comunicação visual é uma das mais poderosas formas de se comunicar, pois se preocupa em potencializar as informações para facilitar a compreensão em um menor espaço de tempo”, explica Adler Zambelli, gerente de criação e conteúdo da YMidia, empresa especializada em soluções de comunicação digital.

Zambelli, que também é professor da pós-graduação em Animação do Senac São Paulo, afirma que todos os setores, sem exceção, podem se beneficiar com a expansão do mercado de comunicação visual no Brasil, principalmente com a evolução da sinalização digital, que tem o objetivo de transmitir informações de forma rápida, direta, inteligente e, se for o caso, até engraçada.

Segundo o especialista, um dos setores em que as aplicações de comunicação evoluem sem parar é o corporativo. “Atualmente, as empresas buscam formas mais eficientes de se comunicar com os colaboradores . A comunicação visual está muito presente nessas soluções, com canais corporativos, intranets, murais digitais ou fazendo uso da sinalização personalizada, de acordo com os padrões e valores de cada companhia ou marca.”

O fato é que toda essa estreita relação entre internet, comunicação, criação e dispositivos tecnológicos também nos faz pensar no futuro da mais popular das mídias: a televisão. Porém, de acordo com Zambelli, a TV tem um lugar especial nos lares e, por isso, a diminuição da audiência da programação aberta e o crescimento do acesso à internet não querem dizer que essa mídia perderá seu posto. “Uma mídia não vai excluir a outra, pois  elas vão se integrar e potencializar a comunicação. Com isso, a interação se tornará mais presente, incluindo desde a escolha de como, onde e quando veremos uma informação, até, nos casos de ficção, a maneira como cada história se desenrolará”, diz.

Essa convergência citada por Zambeli é outra grande tendência, que já nasce para promover a interação. Batizada de transmídia, a nova modalidade de comunicação permite contar, acompanhar e até ajudar a construir histórias por meio de várias mídias, integrando TV, cinema, e-books, redes sociais, blogs e outros diversos recursos disponíveis nos variados dispositivos tecnológicos.

Zambelli explica que o conceito não envolve apenas a adaptação de um conteúdo para plataformas diferentes. É preciso produzir desdobramentos em diversas mídias e, assim, fazer com que o espectador acompanhe e interaja em diferentes meios. “Um dos maiores sucessos mundiais de transmídia foi o seriado Lost. Os produtores instigaram o público a buscar informações na web para compreender a história. Foram criados vários blogs, sites e até jogos especializados no tema, na tentativa de juntar peças da trama e desvendar tudo o que acontecia na ilha. Com isso, o telespectador não sabia diferenciar o que era realmente da série do que era informação produzida por internautas, fato que intensificou o clima de suspense do seriado”, lembra.

Embora o Brasil ainda não tenha grandes casos de transmídia, Zambelli cita uma produção nacional, em exibição na Rede Globo: a novela Cheias de Charme. “Em um sábado, as protagonistas gravaram um videoclipe para postar no YouTube. E, embora a novela não tenha mostrado o material, a dica serviu para os espectadores. Na segunda-feira seguinte, uma personagem dizia que o vídeo tinha recebido vários acessos – fato que realmente aconteceu e foi, inclusive, explorado pelo Fantástico, com novas ações ligadas à novela.”

Mas nem só de aplicações de entretenimento vive a transmídia. Para o especialista, ao integrar plataformas e explorar novas formas de interação, é possível alcançar soluções educacionais. “Trazendo a educação para perto do aluno e ultrapassando o tempo de estudo existente nas escolas, há como transformar o conteúdo didático em algo sempre presente e prazeroso. É possível, inclusive, levar os jogos para dentro das instituições de ensino e as discussões em grupo para dentro de cada lar, fazendo com que a família participe e interaja nessa construção do conhecimento”, aposta.


Notícia postada em 26/04/2016